Nos últimos anos, muitos brasileiros têm acompanhado por meio da mídia, a luta de algumas figuras públicas contra o câncer. As dificuldades e as superações destas pessoas motivam milhões de anônimos que passam pela mesma situação – e que nem sempre podem contar com a mesma atenção. A singular trajetória do ex-vice-presidente brasileiro José Alencar contra o câncer findou-se com seu falecimento na última terça-feira, dia 29 de março. No entanto, seu positivismo e sua força de vontade permanecerão eternamente como exemplos para milhares de pacientes com câncer.
Nascido em Itamuri, Minas Gerais, José Alencar Gomes da Silva, começou a trabalhar cedo e logo descobriu sua vocação empresarial. Nas décadas de 50 e 60 iniciou negócios na área em indústrias de macarrão e consolidou-se com uma série de amplas atividades no ramo têxtil, criando uma das mais importantes fábricas do setor (Coteminas) no mercado interno e externo.
Após ser presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerias (FIEMG) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, elegeu-se como Senador Federal. Durante seu mandato, foi presidente da Comissão Permanente de Serviço de Infra-Estrutura e membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais. Em 2003, assumiu o cargo de vice-presidente da república ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (que também o nomeou Ministro da Defesa por 2 anos) e permaneceu no governo até 2010.
Além de todas essas responsabilidades, José Alencar lutava contra o câncer desde 1997, época da detecção de um tumor no rim direito e outro no estômago. Alguns anos depois, Alencar também extraiu um tumor na próstata. Gradualmente, sua situação se agravou: ele foi submetido a uma angioplastia para regularizar o fluxo de sangue e, num período de três anos, ocorreram mais de quatro recidivas de tumores na região abdominal.
No ano retrasado, o ex-presidente realizou uma cirurgia de alta complexidade com duração de mais de 17 horas, retirando parte do abdômen, uma porção do intestino delgado, uma parte do intestino grosso e dois terços do ureter (um tubo que leva a urina do rim a bexiga).
Em 2010, Alencar foi novamente operado devido a uma ocorrência de tumor na região abdominal, apresentou problemas cardíacos (levando-o a inserção de um stent no coração) e seu corpo começou a sofrer severamente em relação aos efeitos colaterais da quimioterapia – apresentando anemia, água no pulmão e hipertensão. Nos últimos quatro meses deste ano, suas internações se intensificaram devido a perfurações e inflamações no intestino, além da necessidade de realizar três hemodiálises por semana
Apesar de sua saúde debilitada, o ex-vice-presidente encarava os desafios de sua doença com muita naturalidade e quando não pode comparecer a um dos mais importantes eventos de seu mandato, convocou os jornalistas em uma coletiva de imprensa e declarou: “Se Deus quiser que eu morra, ele não precisa de câncer para isso. Se ele não quiser que eu vá agora, não há câncer que me leve”. Recebia e-mails, recados e orações da população brasileira. Sobre o assunto, ele declarou para jornal “O Globo”: “Essas mensagens me dão muita força. É uma das razões pelas quais tenho melhorado. Fico realmente até preocupado se mereço tudo isso. A própria força se redobra”.
O Clique Contra o Câncer presta aqui sua homenagem à memória de José Alencar e seus familiares. Esperamos que essa história de vida, assim como outras tantas, inspire nossos leitores e/ou pacientes que, de alguma forma, estão envolvidos na luta contra a doença, a manterem sempre acesa a chama da esperança
fonte:http://www.cliquecontraocancer.com.br/subpaginas.cfm?id=72&p=nota-especial
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